Carros Que fizeram história: Opala

Atualizado em: 24/08/2023

Quem gosta do famoso e indefectível Chevrolet Opala (e não são poucas pessoas!) sabe que a história do automóvel se confunde, em vários momentos, com a história do desenvolvimento econômico e político no Brasil, passando por várias gerações de governo e mudança de moeda. O carro foi produzido pela primeira vez em solo brasileiro, pela General Motors, em 1969, e teve seu último “lote” produzido há exatos vinte anos atrás, em 1992. Já foi carro de gente rica, carro da polícia militar e carro dos agentes da ditadura, mas também já foi carro popular e continua sendo amado por milhares de fãs Brasil afora, que até criaram um grupo (chamado “Opaleiros”) para cultuar coletivamente o automóvel.

O nome do carro foi escolhido entre milhares de sugestões e ficou entre seis finalistas, mas acabou gerando controvérsias logo após ser escolhido. Sob a alcunha de Opala, nome que vem de uma pedra preciosa, sem cor, que fica cheia de cores se exposta ao sol, o carro foi acusado de ter seu nome como uma cópia barata – e muito confusa – do modelo norte-americano Chevrolet Impala. Mas a própria General Motors atestou que o nome não era nada controverso e manteve a escolha de Opala.

Nos anos de 1970, o Opala ficou conhecido por ser o carro dos agentes da ditadura, já que o governo militar dispôs de carros da produção nacional para montar sua tropa. Mais tarde, por ser sinônimo de economia e de facilidade de reposição de peças, o Opala ficou ainda mais popular, sendo a principal escolha de taxistas e populares em geral como primeiro carro. Fora do mercado atual, o Opala, antes visto como uma boa oportunidade de ter um carro competitivo (seu motor era um dos melhores de sua época) e barato, hoje é uma marca do pioneirismo automobilístico brasileiro e, claro, um xodó vintage de colecionador.

Atualmente é possível encontrar pelo Brasil afora dezenas de clubes de “Opaleiros”, ou amantes de Opalas, que não fazem parte de nenhum clube de automóveis específico – são comunidades independentes (mas baseadas em procedimentos legais) de pessoas que se juntam para compartilhar o amor pelo veículo, além de trocar experiências e fazer projeções sobre o futuro do automóvel, que deixou de ser produzido desde 1992. Por mais que a maioria das pessoas (principalmente jovens das novas gerações) acreditem que o Opala é um carro velho e antiquado, os clubes dos Opaleiros tentam provar, nos encontros, que a “caranga” não tem nada disso: é, sim, um carro com estilo e design antigo, mas motor ainda potente e um grande potencial para ser considerado vintage.

Uma das provas de que a parte elétrica do carro ainda é um bom exemplo de como se produz um bom carro é que muitos Opalas são usados em competições de corrida e motor Brasil afora. E isso não é uma coisa nova, não. Desde que foi criado, lá no final da década de 1960, o Opala já era uma boa opção para diversas competições de performance e velocidade. Atualmente os clubes de Opaleiros são os responsáveis por conseguir os alvarás para as competições, sempre feitas em lugares fechados para evitar problemas e acidentes. Mas o mais importante é que eles nos lembram, com bastante frequência, que apesar de não ser mais produzido para vendas o Opala ainda é um grande símbolo do desenvolvimento econômico e social brasileiro.

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