Estrada Los Caracoles e suas curvas acentuadas e asfaltadas, ligando a Argentina ao Chile (e vice-versa) através da Cordilheira dos Andes. sem neve, porém, com pouquíssima vegetação.

As estradas mais perigosas da América do Sul

Atualizado em: 10/11/2023

A América do Sul tem nas suas estradas um amplo modal de locomoção terrestre ligando regiões e até países. Dentre as vias, existem aquelas mais famosas e cobiçadas, tanto pelos trajetos originais quanto pelas paisagens únicas. Contudo, assim como em outros locais do mundo, há estradas sinalizadas como excêntricas e até sob o título de arriscadas, seja pelas curvas megas acentuadas e seus penhascos vertiginosos ou altitudes elevadíssimas. 

Acompanhe duas rodovias sul-americanas assinaladas como as mais perigosas do nosso continente e aproveite para anotar as curiosidades sobre cada uma delas, conhecendo ainda outras estradas únicas dentro do território brasileiro, envolvendo-se com cenários deslumbrantes! 

Camino A Los Yungas – A Estrada da Morte

A imensidão das montanhas bolivianas e o Camino A Los Yungas, com mão única contornando penhascos cobertos por vegetação verde.

Camino A Los Yungas – Bolívia

Internacionalmente conhecido como “Estrada da Morte”, o Camino a Los Yungas não tem essa fama por acaso. Localizado nas montanhas da Bolívia, o trajeto começa na cidade de La Paz e percorre quilômetros em mão única até os vales subtropicais yungas, passando ainda pelas planícies amazônicas até chegar a Coroico. Sua notoriedade começou em 1995, quando o mundo a apelidou dessa maneira, principalmente pelos despenhadeiros que desenham uma descida acentuada. São praticamente 3.500 m, curvas sinuosas, muitos pontos com apenas 3 metros de largura numa estrada que tem, no total, 64 km.

Se há barreiras de segurança nas curvas? Muito raramente! O que mais se nota são pequenos santuários em homenagem aos que morreram ao desbravar a estrada. É possível encontrar, além das cruzes, fotografias desbotadas, como se o tempo por ali não passasse. Cerca de trezentas mortes são registradas por ano nas curvas de Los Yungas! Segundo as estatísticas locais, os acidentes fatais acontecem periodicamente, mais ou menos a cada duas semanas. Portanto, todo o cuidado é pouco para quem deseja atravessá-la.

Apesar de ser uma forma de ligar a capital a Coroico, o caminho é pouco utilizado pelos moradores da região, não só devido ao perigo que oferece, mas também porque hoje há uma rodovia asfaltada que liga das duas cidades. E mais: a Estrada da Morte não possui praticamente grades de proteção e se torna ainda mais ameaçadora quando chove ou há muita neblina na montanha. Por falar em clima, por lá tudo muda constantemente, inclusive a paisagem que vai de uma cordilheira para uma selva em plena planície. 

O ponto culminante da estrada é um pouco acima dos 4.600 metros de altitude, ou seja, assustador e, ao mesmo tempo, desafiador aos apaixonados por adrenalina.

Para quem pretende desafiar essas curvas, seguem algumas dicas: só se aventure se sua experiência com estradas difíceis já for grande. É muito importante ter domínio e prudência em curvas. O motorista precisa ficar atento 100% do tempo ao volante! Lembre-se: estamos falando da tão famosa Estrada da Morte, ela é definitivamente uma das a mais perigosas e traiçoeiras. 

Se preferir, leve uma bicicleta. De alguns anos para cá, tem se tornado muito comum o caminho ser percorrido por ciclistas que contornam as curvas do pico da montanha até a região de menor altitude, fazendo paradas para fotos, lanches e, principalmente, contemplações da paisagem.

Estrada Los Caracoles

As montanhas da Cordilheira dos Andes em época sem neve, somente no topo, e a grandeza da Estrada Los Caracoles, asfaltada sobre terreno árido, praticamente sem movimento de veículos no trecho com muitas curvas sinuosas.

Estrada Los Caracoles – Cordilheira dos Andes

Uma rota bastante representativa e cobiçada é a Estrada Los Caracoles, que atravessa a Cordilheira dos Andes e liga dois países da América do Sul: Argentina e Chile. Há como iniciar o trajeto tanto por Santiago (capital do Chile) quanto por Mendonza (Argentina). Como seu próprio nome sugere, a estrada lembra um caracol por suas constantes curvas, essas bem fechadas. Se fotografada de cima, fica nítido o formato de caracol desenhado pelas voltas. 

Os 350 quilômetros da Estrada Los Caracoles, por não terem grade de proteção, transformam o trajeto em um verdadeiro desafio aos motoristas que se encorajam! Ainda mais aventureiros são os que passam por ela durante o período em que a estrada está coberta de neve – o que acontece em boa parte do ano. Mas, fato é que a vista incrível que se tem do alto faz muitos turistas se arriscarem nesta experiência. 

Ao longo da estrada são 23 curvas acentuadas, com muito movimento de veículos e pouca sinalização, todos distribuídos por aproximadamente 30 quilômetros dos ditos “caracoles”. 

Se você se interessou pelo trajeto e quer experimentar a sensação, aposte em um veículo estável. Pensar na potência do motor é outra conduta importante, já que é dela o desfecho para um consumo maior ou menor de combustível, desempenho na aceleração e inclusive o grau de exigência dos componentes responsáveis pela estrutura do automóvel. O conforto do veículo também precisa ser cogitado, principalmente em relação ao número de lugares e a capacidade do bagageiro, onde se pode incluir itens além dos convencionais e garantir alimentação extra, bebidas e proteção contra mudanças climáticas bruscas.  

Mas atenção: a paisagem na Estrada Los Caracoles é mesmo hipnotizante e as curvas traiçoeiras. O motorista precisa se atentar à condução sem se distrair demais com as belezas do lugar. Aos passageiros resta apreciar a paisagem única. 

Outro conselho: evite fazer muitas paradas para fotografar, isso fará com que você demore mais do que o previsto – em torno de seis horas – para percorrer toda a rota.

Existem estradas tão perigosas assim no Brasil?

O Brasil é cortado por muitas rodovias, unindo cidades e estados, além de abrir espaço para um amplo transporte de alimentos, produtos tecnológicos, etc.  

Dentre tantas estradas que cortam regiões, há aquelas com melhor sinalização, duplicadas, monitoradas e com bons indicativos de segurança. E existem vias um tanto exóticas, imersas em geografias únicas e que merecem maior atenção na hora de trafegá-las. 

Segue abaixo uma lista de rodovias que se tornaram famosas, seja por suas curvas sinuosas, despenhadeiros hostis, ou por cortarem imensas planícies. Porém, todas elas com vistas e horizontes de tirar o fôlego: 

Serra do Rio do Rastro

As curvas acentuadas e asfaltadas da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, com seus paredões verdes e sem movimento de veículos.

Serra do Rio do Rastro – Santa Catarina / Brasil

Não há como comparar a Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, ao grau de insegurança que os condutores vislumbram no Caminho a Los Yungas. Entretanto, há motoristas que já passaram por ela e reconhecem alguns possíveis riscos, principalmente nas curvas mais acentuadas. Sendo assim, o primeiro passo para um passeio inesquecível na Serra do Rio do Rastro é seguir a dinâmica da sinalização, tanto na subida quanto na descida. Outro ponto importante é o carro utilizado. Opte por aquele com boa potência de motor. E se puder, inclua na lista o conforto que o veículo poderá entregar a você e aos passageiros.  

Temos uma dica para essa questão do bem-estar e comodidade de todos: no site da CarroAluguel, por exemplo, qualquer cliente consegue avaliar as categorias mais adequadas às viagens longas, observando o número de assentos, espaço e até bagageiro, além dos melhores preços e condições. 

A Serra do Rio do Rastro é um destino bastante procurado por turistas que visitam Santa Catarina. A estrada tornou-se uma ligação importante entre o litoral e as montanhas. Conforme o veículo transita, seja na subida ou descida, a paisagem é de tirar o fôlego. Sendo assim, a atenção deve ser redobrada. O condutor precisa estar bastante atento às placas de sinalização e curvas. 

BR-230Transamazônica 

Trecho sem asfalto da BR-230, conhecida como Transamazônica. Terra vermelha protagoniza uma linha reta, enquanto a floresta mais famosa do mundo preenche os canteiros.

BR-230 – Transamazônica / Brasil

Já se imaginou rodando por uma estrada cercada pela floresta mais famosa do planeta? Pois este é um dos trechos cortados pela BR-230, mais conhecida como Transamazônica.  

A rodovia, que liga o nordeste ao norte do país, tem seu início em Cabedelo, Paraíba, terminando seu trecho total em Lábrea, Amazonas. São mais de 4 mil quilômetros cortando o Brasil de leste a oeste e passando por seis estados: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas. 

Apesar de haver trechos duplicados e outros em obras para triplicação, a rodovia sofre com grande parte da sua quilometragem inacabada, inclusive sem asfalto. Portanto, percorrer a Transamazônica é apreciar a beleza na mudança de paisagem, mas também se atentar em dobro durante os trechos sinuosos. Nessas áreas, sua infraestrutura é mínima, e a ausência do asfalto em dias de chuva e seca tem seus perigos. 

Para trafegá-la, além da preocupação com o clima, torna-se necessário o investimento em um carro com motor e tração adequados. Alugar um veículo condizente é uma saída bastante lucrativa. Além disso, leve alimentos, bebidas, roupas adequadas e jamais esqueça os itens de primeiros socorros. Faça uma pesquisa dos trechos antes de viajar e aproveite a imersão na floresta amazônica. 

Conclusão

Conhecer as duas estradas mais perigosas da América do Sul, Estrada Los Caracoles e o Camino a Los Yungas é uma experiência única. Atentar-se a todas as rodovias, sejam elas asfaltadas e com boa sinalização, ou mesmo as sem infraestrutura, torna-se essencial para uma viagem tranquila e sem grandes contratempos. 

O que achou dessas curvas? No começo as indicações chegam a dar frio na barriga, mas depois que pesquisamos as paisagens na internet, tudo muda. É ou, não é?  

Qual é o seu parecer sobre desbravar esses trechos? Deixe aqui a sua colaboração, pois queremos muito saber a sua opinião! 

Um comentário

  1. Eduardo Wandenkolk 05/02/2013 at 1:31 pm - Responder

    Boa tarde!
    Muito interessante suas informações. Pretendo em janeiro de 2014 fazer o percurso da Estrada dos Caracoles – Mendoza/Santigado – de motocicleta com a esposa. É possível esta façanha?

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