Extensão do Rio São Francisco, com seus paredões (cânios) contornando as margens e sobre eles diversas vegetações. No leito do rio há duas embarcações, uma parada e outra em pleno movimento.

Turismo no Rio São Francisco: viaje pelas águas do “Velho Chico”

Atualizado em: 05/12/2023Tags: , , ,

O Rio São Francisco é uma das riquezas naturais mais importantes do país. Ele reúne, em toda sua extensão, um conjunto inigualável de belezas e curiosidades. Paisagens exuberantes e diversidade cultural se estendem nos mais de 2800 quilômetros que formam o seu curso, desde sua nascente em São Roque de Minas até sua foz, em Piaçabuçu, no Alagoas. Com tanto para desbravar, o turismo no Rio São Francisco é obrigatório para os amantes de viagens, natureza e, claro, do Brasil. 

As cidades que estão no leito do rio têm um potencial turístico muito grande devido à riqueza cultural acumulada desde os tempos coloniais. Além disso, ótimas surpresas são encontradas pelo caminho daqueles que decidem explorar as suas paisagens. 

Para te ajudar a viver uma experiência única no trajeto pelo São Francisco, elaboramos um guia turístico com dicas de hospedagens, passeios e lugares a serem visitados. Coloque o cinto e venha conosco! 

Conheça a história do Rio São Francisco

O “Velho Chico”, como é carinhosamente chamado, já fez parte de muitos relatos, sejam eles literários, causos, eventos históricos, ganhando vida e forma como se fosse um personagem. Outros dois títulos também são atribuídos a ele: “Nilo brasileiro” e “Rio da Integração Nacional”. 

O rio foi descoberto pelo navegador Américo Vespúcio, quando ele navegou pela sua foz em 1501. O nome foi escolhido como uma homenagem a São Francisco de Assis. 

Porém, antes da chegada dos portugueses, a foz e diversos outros trechos já eram habitados por tribos indígenas. Com o processo de colonização, aos poucos, o Velho Chico foi sendo desbravado pelos habitantes da colônia, que nem sempre conseguiam se estabelecer nas suas margens, devido à resistência dos índios. 

Foi depois dos anos de 1580 que começaram a surgir as primeiras construções e arraiais ao longo do rio, usadas como rota pelos bandeirantes para adentrarem o interior do Brasil. Essa importante função na ocupação dos territórios, interligando regiões, fez com que ele recebesse a alcunha de “Rio da Integração Nacional”. 

Nos anos posteriores, foi palco de várias disputas que envolviam colonizadores, índios nativos e escravos fugidos. Os vestígios da presença desses povos podem ser vistos ao longo do seu leito. E, em cada cidadezinha, causos e histórias que envolvem aqueles que viveram em sua redondeza podem ser escutados. 

O rio é um dos mais importantes da América do Sul e passa por mais de 500 cidades ao longo de 5 estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. 

Atualmente, o rio desempenha um papel socioeconômico importantíssimo para os municípios que cresceram ao seu redor, pois é fonte de turismo, irrigação, transporte e geração de renda. 

Nas suas águas vivem inúmeras espécies de peixes, que garantem o sustento de algumas famílias e são deliciosamente preparados para os turistas. 

Saiba a melhor época para o turismo no Rio São Francisco

Casal em ladeira de cidade turística do Rio São Francisco. Tanto o rapaz quanto a moça portam, cada qual, uma bolsa. Ele segura uma máquina fotográfica preparando um clique.

Melhores estações para turistar pelo Velho Chico

Em seu percurso, o rio atravessa regiões de climas, relevos e vegetações diferentes, como a Mata Atlântica, a Caatinga e o Cerrado, proporcionando experiências únicas em cada pedacinho do trajeto. 

Grande parte dele fica em um território semiárido do sertão nordestino, que tem temperaturas elevadas durante o verão. Por isso, a melhor opção é fazer a viagem durante o outono e o inverno para não se preocupar com o calor, tendo as temperaturas mais amenas e o índice de chuvas menos abundante. Contudo, ter por perto um bom protetor solar e repelentes é sempre convidativo, mesmo durante as estações mais frias. 

Descubra as atrações turísticas do “Velho Chico”

Quem se aventurar pelo leito do São Francisco pode ter certeza de que novidades não faltarão. As belezas naturais do rio com suas das corredeiras, cachoeiras, além e dos grandes paredões de pedra, tudo se mistura a à fauna e flora local, encantando os visitantes. 

Além do ecoturismo, as cidadezinhas e povoados são tipicamente tradicionais, o que melhora o contato do visitante com a realidade local. 

O artesanato e a culinária fascinam quem está à procura de uma experiência de intercâmbio cultural dentro do próprio país.  

Sabores diversos podem ser encontrados durante a viagem. Na região do Alto São Francisco, por exemplo, pratos à base de frango, peixes e também frutos do cerrado intercalam aromas e sabores únicos. O “Frango Caipira com Farinha de Mandioca à mineira” é parte da culinária típica e tem todo um diferencial no preparo da carne e caldo. Os peixes de água doce do Vale do São Francisco resultam em receitas tradicionais e saborosas, entregando ao turista o que há de melhor da culinária local. O Cari e o Surubim são típicos em pratos encontrados no extremo norte da Bahia. A “Peixada Pernambucana”, por exemplo, é uma ótima opção e pode ser feita tanto com cavala ou pescada branca. E para quem gosta ou deseja saber mais sobre a pimenta rosa (fruto da aroeira) saiba que ela é a base para a culinária nobre da região do Baixo São Francisco. Diante dessa riqueza de sabores e aromas, há como optar por outras receitas, como a carne de sol, de bode e de carneiro, todas elas encontradas com fartura em algumas regiões, como na cidade de Juazeiro (BA). 

Quanto ao artesanato, há como afirmar que a rota do São Francisco é um berço cultural. São lembrancinhas que cabem facilmente na mala, dentre outros produtos exclusivos, todos feitos à mão por pessoas que imprimem em cada peça suas memórias, vivências, talento e vocação para a arte. Peças em cerâmicas, madeira, couro, bordados e pinturas, tudo isso e muito mais é possível encontrar na região. 

Deseja conhecer mais sobre os lugares e paisagens que formam o panorama e horizonte do Rio São Francisco? Confira algumas das atrações principais! 

Parque Nacional da Serra da Canastra (Minas Gerais)

Gigantesca montanha com cachoeira formando um paredão na Serra da Canastra. A planície é composta por pequenos elevados, e toda a imensidão é coberta por ampla vegetação, contrastando com o céu azul e poucas nuvens.

Serra da Canastra

A primeira atração turística é a nascente do rio, que fica a mais de 1.200 metros do nível do mar, na Serra da Canastra, situada no município de São Roque, em Minas Gerais. A região é bastante preservada e do alto dos paredões da serra, os visitantes podem desfrutar de uma vista panorâmica incrível do rio e das suas margens. 

Uma parada obrigatória é na cachoeira Casca D’Anta, a primeira queda d’água do São Francisco de 186 metros de altura rodeada por paredões e pelo verde abundante da serra. O poço formado pela queda é ideal para um bom banho. Possui fácil acesso e é uma cachoeira que pode ser apreciada tanto do topo, quanto na parte de baixo. 

Bom Jesus da Lapa (Bahia)

Pessoas circulam por área bastante movimentada na cidade de Bom Jesus da Lapa. Em meio à multidão, há tendas espalhadas. Destaque para a torre do santuário situada bem ao lado de um paredão natural com vegetação variada. O céu encontra-se azul e com poucas nuvens.

Bom Jesus da Lapa

O município do interior da Bahia, conhecido como a “Capital baiana da fé” é berço de diversas manifestações folclóricas e culturais, típicas do Nordeste. A cidade, quase toda plana, tem numa das margens do rio São Francisco o famoso morro da Lapa. É uma formação de bloco de granito e calcário que traz um tom peculiar ao cenário. Dentro, há 15 grutas, além de fendas estreitas. 

A cidade é bastante procurada por peregrinos, principalmente no dia 6 de agosto, durante a festa do Bom Jesus. O santuário fica dentro desse complexo de grutas decoradas com artigos religiosos. 

Tendo o próprio rio São Francisco como principal curso de água, outros dois rios (Corrente e das Rãs) seguem como afluentes diretos. Portanto, há muito o que se explorar ao visitar o aconchegante município.  

Vale do Rio Corrente (Bahia)

O território da Bacia do Rio Corrente é formado por 11 municípios e está inserido no bioma do cerrado. É um território rico em natureza e manifestações culturais. 

Contratar um serviço de barco para passear pelo São Francisco e seu afluente rio Corrente pode ser uma boa pedida. O trajeto navegável, que liga as cidades baianas Santa Maria da Vitória a Bom Jesus da Lapa (e vice-versa), dura quase o dia todo e no percurso você se surpreenderá com as paisagens ribeirinhas. 

Ao chegar a Santa Maria, caminhe pelas ruas tranquilas da cidade interiorana que tem arquitetura típica do final do século XIX. Ao lado, no município de São Félix do Coribe, você encontrará um artesanato regional maravilhoso feito com palha de milho. 

Bem próximo, você também chega na Pedreira do Cantagalo e à Gruta do Padre, que abriga um sítio arqueológico onde foram encontradas pinturas rupestres. 

Para quem procura por ecoturismo ou esportes radicais conheça as corredeiras do Jaborandi e as trilhas feitas na região. 

Vale lembrar que todo o território é parte da conhecida Rota Turística Caminhos do Oeste. Portanto, além de um cenário deslumbrante com grutas e cachoeiras, é possível apreciar o artesanato e gastronomia locais, surpreendendo-se com o que há de melhor nessa região do cerrado. 

Barreiras (Bahia)

Queda d'água da cachoeira do Redondo, em Barreiras. Paisagem repleta de vegetação e um céu praticamente nublado.

Cachoeira do Redondo, Barreiras

Município do cerrado baiano, Barreiras fica próxima ao Velho Chico e é atravessada pelo seu afluente Rio Grande. A cidade abriga um complexo de cachoeiras, corredeiras, serras, paredões e vales que oferecem diversas opções de lazer como canoagem, rafting e rapel. 

As cachoeiras mais famosas que valem a pena ser visitadas pela beleza de tirar o fôlego são a do Acaba Vida e a do Redondo. Ambas formam poços ideais para banhos. 

Próximo ao centro de Barreiras há o Rio de Ondas que, como o próprio nome sugere, a força das águas forma um aglomerado de pequenas ondas. Para quem busca tranquilidade, o local é um ótimo atrativo. Mas há quem procura o rio para passeios de bote pelas correntezas. 

A cidade é uma das mais influentes da região e já era importante durante o período colonial, quando servia de entreposto comercial para as áreas de extração de pedras preciosas em Minas. 

No início do século passado, Barreiras recebeu uma hidrelétrica que ajudou a movimentar a economia local. No entanto, ela foi desativada anos atrás e suas ruínas se tornaram local de visitação na cidade. 

Alguns pontos turísticos são os prédios do Centro Histórico, como a Casa Sertaneja Vermelha, o Paço Municipal e a Catedral de São João Batista. 

No Mercado Municipal, inaugurado em 1951, além de produtos regionais, eventualmente ocorrem apresentações culturais como exposições, folia de reis e bumba-meu-boi. Além, é claro, das tradicionais festas juninas nordestinas. 

A cidade conta também com o Palácio das Artes, que reúne exposições e galerias de arte, além de ser um ponto de informação e contratação de serviços de guias turísticos. O próprio centro histórico do município agrega uma arquitetura singular.

São Desidério (Bahia)

Orla da Barragem em São Desidério, com paredes na cor azul, gramado e vegetação às margens e água cristalina.

Orla da Barragem, São Desidério

Ao lado de Barreiras, está a cidadezinha tranquila de São Desidério, ótima para um dia de descanso. Vale a pena conferir a Festa da Pegada do Mastro, que acontece no segundo sábado de setembro. É uma comemoração ao momento em que os homens da cidade vão à procura de mastros para as bandeiras de santos católicos. A festa é embalada por cantos típicos e ritmo de tambores e gaitas. 

Em São Desidério, no interior baiano, você pode visitar o complexo de Grutas do Bambuí, o maior do Brasil. Dentro destas formações rochosas exuberantes formaram-se lagos de águas cristalinas perfeitas para mergulho. A dica é visitar o Parque Municipal da Lagoa Azul, a Gruta das Pedras Brilhantes e a Gruta da Purpurina. 

Na Gruta do Buraco do Inferno da Lagoa de Cemitério, com salões gigantescos, estende-se uma lagoa que pode ser percorrida de barco. Todos esses locais estão entre 5 e 18 quilômetros de distância de São Desidério. 

Agora, se o visitante pretende conhecer locais turísticos dentro da cidade, uma dica é o monumento do Cristo Redentor, de onde é possível vislumbrar o município de maneira privilegiada. Há ainda a orla da barragem, ideal para prática de exercícios como a caminhada e um ponto de encontro bastante agradável. 

Juazeiro (Bahia)

Ponte Presidente Dutra, que liga Juazeiro, na Bahia, a Petrolina, em Pernambuco. Sua estrutura atravessa o Rio São Franscisco. Na foto, ao fundo, uma das duas cidades segue em destaque. Às margens do Velho Chico há embarcações atracadas.

Ponte Presidente Dutra

No norte da Bahia, também no leito do Velho Chico, está Juazeiro, conhecida por abrigar uma vasta tradição de cultura popular. No rio são formadas diversas ilhas fluviais, que contam com pousadas, bares e restaurantes à espera de serem explorados pelos visitantes. 

Para os amantes do ecoturismo, existem algumas trilhas que surpreendem os caminhantes com as belezas dos cajueiros e mangueiras espalhados na vegetação. É possível visitar cachoeiras, como a do Salitre e da Gameleira. 

Uma das principais atrações é Ilha do Fogo, cortada pela ponte que liga Juazeiro até Petrolina (PE) e pode ser conhecida em um dia de passeio. Há ainda a Ilha do Rodeadouro, Ilha Culpe o Vento e a Ilha de Nossa Senhora. 

Entre Juazeiro e Sobradinho, na BR-210, no povoado do Junco, o viajante se surpreenderá com o cânion formado entre as Serras da Cruz e do Mulato. Lá encontram-se 3 quilômetros de pinturas rupestres que formam painéis incríveis. 

Do alto das serras a vista panorâmica é surpreendente. O acesso é feito por uma trilha não muito fácil de atravessar, logo, é recomendada a companhia de um guia. 

Paulo Afonso (Bahia)

Trecho do Rio São Francisco em Paulo Afonso, com quedas d'água e seus paredões repletos de vegetação.

O rio com seus paredões e quedas d´água.

Paulo Afonso é uma cidade charmosa que fica na fronteira entre Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Quando for visitar o município, a Igreja de São Francisco e a “Prainha” não podem ficar de fora do roteiro. 

O viajante também precisa conhecer a Ponte Metálica D. Pedro II, construída em 1958 e que liga as duas partes do cânion que separa os dois estados. É possível ir de Paulo Afonso (BA) até Delmiro Gouveia (AL). 

O cânion, aliás, em toda sua extensão de 65 quilômetros é de tirar o fôlego. Os paredões vão de 30 a 70 metros de altura e podem ser vistos bem de perto nos passeios de catamarãs. 

A 20 km do centro de Paulo Afonso existe a Serra do Umbuzeiro. No ponto mais alto, de aproximadamente 536 metros, é possível vislumbrar o município e a belíssima paisagem que o contorna. 

Para aproveitar ainda mais a cidade, faça um passeio no Bondinho do Angiquinho, que está suspenso a 80 metros e atravessa uma parte do rio. Do bondinho você poderá ver do alto a Cachoeira de Paulo Afonso e a Furna do Morcego, que foi, conforme reza a lenda, o esconderijo de Lampião e Maria Bonita. 

Para conhecer mais da história do cangaço, viste o museu Casa da Maria Bonita, que reúne relíquias da cultura do sertão. Preservada como na época em que ali nasceu Maria Gomes de Oliveira (Maria Bonita), a construção é parte do roteiro Cânion e Cangaço. Fica no povoado Malhada da Caiçara, zona rural do município. 

Canindé de São Francisco (Sergipe)

As águas do Rio São Francisco serpenteiam a região de Canindé. Destaque para os paredões gigantescos e embarcações formando uma área de lazer dentro d'água, onde há pessoas nadando.

Rio São Francisco com seus paredões

Já em Sergipe, Canindé de São Francisco guarda uma das melhores surpresas do Velho Chico, o Cânion do Xingó. Na região, de vegetação seca e rasteira, os cactos e mandacarus brotam do solo árido. e ao ao lado de casas simples de famílias sertanejas dão forma ao sertão nordestino. 

O Cânion do Xingó é o 5º maior cânion navegável do mundo, e surgiu após o represamento das águas do rio para a construção da Hidrelétrica do Xingó. São 60 quilômetros de paredões gigantes em tons alaranjados que formam um cenário lindo junto às águas esverdeadas do Velho Chico. Internacionalmente conhecido, o local já serviu como cenário para produtos audiovisuais, o que o projetou em diversas partes do mundo. 

Para chegar ao cânion o turista deve pegar um catamarã ou escuna em Canindé e atravessar um percurso de 30 minutos no São Francisco. Diante dos imponentes paredões, os passageiros pegam pequenos barcos e canoas que desbravam as águas no emaranhado de paredões, ideais para mergulho. Stand up paddle nas águas tranquilas é outro atrativo local, além do rapel nos cânions para quem gosta de um esporte mais radical. 

Na cidade, não deixe de visitar o Museu de Arqueologia de Xingó, pertencente à Universidade Federal de Sergipe. São mais de 50 mil peças para apreciação, com destaque para as etapas de elaboração dos artefatos pré-históricos da região. 

Piranhas (Alagoas)

Rio São Francisco margeando parte da cidade de Piranhas. Nota-se a interação da população com as águas através de um trapiche. Ao fundo, grandes paredões cobertos por vegetações diversas e um céu azul com bastante formação de nuvens.

Parte da cidade de Piranhas margeada pelo Rio São Francisco.

O município alagoano é referência na história do cangaço, pois foi lá que as cabeças de Lampião e de seu bando ficaram expostas depois da captura. 

O Cânion do Xingó também pode ser acessado via cidade de Piranhas. Além disso, vale visitar a Usina Hidrelétrica de Xingó, barragem de tamanha importância para a região. O local oferece passeios guiados onde o turista pode visitar as instalações e inclusive os reservatórios. 

Para quem busca contemplar a natureza, visitar o Vale dos Mestres é algo único. Localizado no Rio São Francisco, o lugar possui uma paisagem de tirar o fôlego. Ali também é possível fazer diversos passeios, como os de barco. Trilhas ecológicas são atrações que levam o visitante a paradas instagramáveis. 

Já na cidade, as casinhas coloridas e charmosas ajudam a remontar um passado tão simbólico e rico do nosso país. Outra parada obrigatória é o Mirante Secular, com escadarias que proporcionam uma vista de toda a cidade, além de vislumbrar os paredões e o fluxo do Velho Chico que margeia o município.  

Em Piranhas, a culinária do sertão não deixa a desejar: tapioca, queijo coalho, o famoso cuscuz, macaxeira e mungunzá podem ser experimentados nos deliciosos restaurantes da cidade. Noites gostosas de forró e xaxado agitam as ruas nos finais de semana. 

Piaçabuçu (Alagoas)

Barco segue ancorado no Rio São Francisco. Ao fundo, há casas pertencentes à cidade de Piaçabuçu. O céu está límpido, com algumas formações de nuvens.

Rio São Francisco em Piaçabuçu

Piaçabuçu é a última parada do roteiro. Aqui, as águas do São Francisco fazem um belíssimo encontro com o mar. O melhor ângulo para ver a foz do rio é do voo de parasail: um tipo de paraquedas acoplado a um buggy, que proporciona uma vista a 100 metros de altura do encontro das águas. É muita emoção para encerrar a viagem. 

É possível visitar a foz através de barcos particulares. A paisagem composta por dunas de areias e diversas lagoas são de encher os olhos! Esse contorno de dunas é resultado do encontro do encontro das águas do Velho Chico com o mar, compondo três cores predominantes: o azul do céu, o branco das areias e o verde das águas. 

Quem busca por esses passeios, tanto o de parasail quanto o de barco, pode contemplar a natureza preservada, além de apreciar a própria beleza da cidade, que possui duas praias encantadoras: a do Peba e a do Pontal do Peba. São orlas extensas e bastante atrativas. 

Em Piaçabuçu, o turista escolhe: estar de encontro com a água doce do rio São Francisco, ou dar um mergulho num mar cristalino.

Prepare-se com 6 dicas de hospedagem

Homem, mulher e criança brincam em água de piscina. Ele está sem camisa, a moça com um colan branco e a criança veste uma roupa cor de rosa e segue sobre uma boia de plástico.

Dicas para merecido descanso em família

Realizar uma viagem por vários municípios e regiões nem sempre é fácil. Sendo assim, o merecido descanso se torna fundamental para o bom andamento das férias. Veja 6 recomendações para hospedagem no trajeto pelo Rio São Francisco! 

Pousadas na Serra da Canastra

Paredões da Serra da Canastra ao fundo contrastam com a vegetação de uma planície disforme. O céu segue carregado de nuvens, predominando o tempo nublado.

Serra da Canastra

No começo da viagem, caso queira aproveitar com calma a Serra da Canastra, é possível passar uma noite em alguma das pousadas e casas de campo ao redor do Parque. Confortáveis e acolhedoras, elas são uma ótima opção caso você queira curtir a Serra, relaxar e sair logo cedo no outro dia para o próximo destino. 

Pirapora

Ainda em Minas, depois de viajar de São Roque para Pirapora, você pode encontrar um local aconchegante para descansar. A cidade não é grande, mas existem pousadas que podem ser uma boa opção. A dica é sempre aproveitar os cafés da manhã para ter energia nesses dias de muita diversão, rotas turísticas de tirar o fôlego e tempo para escolher aquele almoço apetitoso. 

Bom Jesus da Lapa

Vista aérea da cidade de Bom Jesus da Lapa, com construções de poucos andares. Ao fundo, vegetação diversa.

Bom Jesus da Lapa

Como a cidade atrai muitos turistas por causa das cerimônias religiosas, torna-se bem fácil encontrar um bom hotel. Há acomodações para todos os gostos e bolsos. 

O único problema é a alta temporada, marcada pela festa de agosto, além dos períodos de férias em julho e janeiro. Nessas ocasiões podem faltar acomodações. Por isso, reserve com bastante antecedência! 

Hospedando-se em Juazeiro

Praça São Tiago Maior, rodeada por árvores e comércios, dando destaque para a escultura de São Tiago.

Escultura de São Tiago

A recente expansão do mercado da construção civil e do turismo aumentaram as possibilidades de hospedagem em Juazeiro. 

Hotéis e pousadas espalhados pelo município podem ser facilmente encontrados para uma pernoite tranquila. Mesmo se você não conseguiu fazer reservas previamente, é provável que encontre um quarto para se acomodar com a família ou amigos. 

Relaxando em Piranhas

Casarões coloniais no centro histórico de Piranhas. Rua tranquila e o céu azul contrastando com as construções coloridas.

Centro Histórico

Ao visitar o Cânion do Xingó, lembre-se que Canindé tem menos opções de acomodações. Caso queira pernoitar na cidade, o ideal é reservar com antecedência. 

Em Piranhas, que fica bem ao lado, você conseguirá encontrar hostels, hotéis e pousadas em maior número e mais completas. Além disso, durante a noite o centro da cidade se acende e torna-se um ótimo lugar para tomar uma cervejinha e dançar forró. 

Hospedagens alternativas

Se você gosta de uma viagem mais alternativa, uma opção viável é encontrar pouso em casas de famílias ao longo do percurso. 

Seja nas cidades ou vilas do roteiro, é bastante comum encontrar ambientes familiares que alugam quartos por algumas noites. Muitas, inclusive, servem refeições típicas do lugar. Essa é uma boa oportunidade para entrar em contato com a cultura e com o dia a dia das pessoas nativas. 

Saiba por que fazer a viagem de carro

Mulher e homem, ambos dentro de um automóvel, visualizam o que seria um mapa. Detalhe para o teto solar do carro e a vegetação do lado de fora.

Flexibilidade para escolher as melhores rotas

A melhor forma de turismo no Rio São Francisco é de carro. Com o automóvel você têm mais flexibilidade diante do roteiro e consegue chegar sem preocupações em algumas atrações turísticas que não são de fácil acesso. 

Além disso, torna-se possível levar equipamentos essenciais, como itens para fazer trilhas, a quantidade adequada de roupas, além de ficar sem aquele medo de encher a mala com artigos e presentes adquiridos ao longo do trajeto. 

Se você não tem um carro, ou não quer usar seu para fazer esse roteiro, uma solução é alugar um veículo durante os dias da viagem. Assim, você percorre o trajeto proposto sem muitas preocupações! 

Para saber mais, leia nossas dicas de como preparar e planejar uma viagem de carro com segurança. 

Aprenda como traçar a rota

Duas mulheres, ambas dentro de um carro, observam a imagem em destaque no celular, comparando-a com um mapa que segue na mão da passageira.

Planejando destinos turísticos

São tantos lugares para percorrer que parece até difícil planejar em quais cidades parar para as devidas refeições, que lugares conhecer, ou mesmo onde pernoitar. Elaboramos uma rota bastante eficaz para todos que desejam fazer turismo no Rio São Francisco. Veja: 

São Roque de Minas (Minas Gerais)

O ponto de partida é São Roque de Minas, onde está a nascente do Rio e a Serra da Canastra, essa cheia de atrativos naturais. Além do ecoturismo, você pode dar um passeio pelas charmosas ruas do município mineiro. 

É possível ficar um dia todo na região para aproveitar tudo com calma. Após a pernoite, saia pela manhã em direção a Pirapora. Para isso, pegue a BR-354 até Patos de Minas. De lá, utilize a BR-365 até o destino proposto. De carro, são, em média, 7 horas de viagem. 

Pirapora (Minas Gerais)

Em Pirapora você pode conhecer as pequenas praias formadas no leito do São Francisco e navegar a bordo do Benjamim Guimarães, um dos únicos barcos a vapor navegáveis do mundo. Entre tripulantes e passageiros, o barco comporta até 140 pessoas e navega pelo rio, lago e correnteza sem a presença dos ventos fortes. 

Bom Jesus da Lapa (Bahia

Estrutura da Ponte Gercino Coelho em destaque sobre o Rio São Francisco. Ao fundo há um morro. O céu encontra-se azul com formação de poucas nuvens.

Ponte Gercino Coelho

Saindo de Pirapora, seu próximo destino pode ser Bom Jesus da Lapa. Você deve seguir na BR-365 até a altura do município de São João da Lagoa. Entre na MG-251, passando pelo município de Coração de Jesus e pegando a rodovia 654. Seguindo ela você vai cair direto na MG-202, então é só seguir na direção do município de Brasília de Minas. 

Siga na BR-135 e posteriormente a BR-030. Assim que atravessar a fronteira de Minas e Bahia, siga até Carinhanha, um município que fica no leito do “Velho Chico”. 

Em solo baiano, siga a BA-161 até a BR-349, que vai te deixar em Bom Jesus da Lapa. O trajeto todo pode ser percorrido com uma média de 9 horas de viagem. 

Remanso (Bahia)

Árvore típica da região é destaque em vilarejo de Remanso, envolta de outras vegetações e casas ao fundo. Há uma pessoa circulando de bicicleta pelo local.

Tranquilidade em Remanso

Com mais 4 horas de viagem, saindo de Bom Jesus você vai chegar em Barreiras, terra das cachoeiras e esportes radicais. 

Se você optar pela BR-349, vai passar por São Desidério, cidadezinha encantadora e charmosa que fica ao lado de Barreiras. É ideal que você permaneça por pelo menos um dia inteiro conhecendo as duas cidades. 

Você pode seguir pela BR-135 rumo a Remanso. Nesse trajeto, de 11 horas de viagem, é possível vislumbrar pela janela do carro a incrível paisagem do sertão nordestino. Os vilarejos e a vida da caatinga tomam forma na medida em que você avança no trajeto.

Paulo Afonso (Bahia)

Às margens do Rio São Francisco encontra-se Paulo Afonso. Na foto, vista aérea destacando também o céu com muitas nuvens.

Imensidão do Rio São Francisco

Seguindo sua viagem, o próximo destino é Paulo Afonso, passando por Juazeiro e Petrolina. A rodovia atravessa pequenas cidades que cresceram à beira do São Francisco e que guardam uma essência interiorana do sertão. 

Paulo Afonso é uma das ilhas do São Francisco que tem o entorno navegável. Por isso, no município criou-se um ambiente propício para a realização de esportes náuticos e passeios de barco. Dois dias para visitar toda a cidade e curtir as atrações naturais são ideais. 

Piranhas (Alagoas)

Algumas construções de Piranhas, com escadarias e ruas calmas, margeiam o Rio São Francisco. Destaque para os paredões ao fundo e céu repleto de nuvens.

Parte da cidade de Piranhas e o Rio São Francisco

Ao sair do município baiano de Paulo Afonso, siga por menos de 2 horas até o estado de Alagoas com destino a Piranhas. Lá, você poderá comprar artesanatos com bordados tradicionais e curtir o Xaxado, um dos ritmos do forró. 

É de Piranhas que você irá para Canindé, onde fica o famoso Cânion do Xingó, em Sergipe. Depois de visitar o local e conhecer mais da história do Cangaço, a próxima parada é Penedo. 

Penedo (Alagoas)

Um muro separa o Rio São Francisco do centro histórico de Penedo, em Alagoas. Ao fundo, podemos vislumbrar casarões coloniais de dois andares, além da igreja Nossa Senhora da Corrente.

Centro Histórico de Penedo

Aproximando-se do final do curso do rio, você deve seguir para Penedo, município alagoano que se desenvolveu na beira do São Francisco e é berço da história e tradição nordestina. As construções barrocas do século 17 e 18 fazem de Penedo uma das mais belas cidades históricas do país. 

Em 1889, Dom Pedro II visitou a localidade e ficou admirado com as igrejas banhadas a ouro e pelos deliciosos passeios de barco nas águas do São Francisco. Os museus e igrejas guardam e recontam a história do país. 

Piaçabuçu (Alagoas)

Bicicleta segue encostada em orla que margeia o Rio São Francisco, em Piaçabuçu (Alagoas). Há embarcações atracadas. As águas do rio competem na cor azulada com o céu sem nuvens.

Orla de Piaçabuçu

De Penedo, com pouco mais de 30 minutos de carro, você chega até Piaçabuçu, no litoral, onde o Velho Chico finalmente encontra o mar. 

As belezas naturais, a culinária, as ricas manifestações culturais, e o convívio com o povo ribeirinho acrescenta na bagagem do viajante diversas experiências inexplicáveis e inesquecíveis. Além disso, o contato com o rio, um dos mais importantes para a história e economia do país, é uma oportunidade única. 

Conclusão

A viagem pelos arredores do lendário Rio São Francisco pode adaptar-se ao seu bolso e suas prioridades. O trajeto, para ser feito com calma, exige no mínimo 7 dias de viagem. É claro que, com mais tempo, você consegue aproveitar muito mais de cada lugar que passar e descobrir cantinhos ainda inexplorados. 

O roteiro é ideal para aquele passeio a dois, com amigos ou com a família. Essa será, com certeza, uma das viagens mais transformadoras da sua vida. 

Portanto, aproveite as oportunidades que o trajeto irá lhe proporcionar, tome os cuidados necessários antes de colocar o pé na estrada e vá viver com quem você gosta esses momentos incríveis! 

Gostou do nosso guia de turismo no Rio São Francisco? Já viveu alguma experiência com este roteiro e que queira compartilhar? Deixe o seu comentário! 

5 Comentários

  1. HAILTON Ferreira Goncalves 06/04/2021 at 8:20 am - Responder

    Gostei deste roteiro,pretendo fazer.

    • CarroAluguel 07/04/2021 at 6:17 pm - Responder

      Ficamos felizes que tenha gostado do roteiro, Hailton!💙 Se precisar de um carro para acompanhar sua viagem, já sabe: visite CarroAluguel.com ou ligue para a nossa central: 0800 008 5950 *ligações gratuitas via celular e fixo. Desejamos uma ótima quarta-feira para você! 😊

  2. Rhy 25/03/2022 at 3:31 pm - Responder

    Farei em 2023.

  3. Lidia 16/10/2022 at 8:37 am - Responder

    Fiz de carro de Penedo a Piranhas e de barco até Piaçabucu parando em Entremontes e Gruta de Angicos. Trecho e atividades inesquecíveis! A Canastra também já fiz, lindo! Agora falta fazer o médio São Francisco. Estou pesquisando para 2023.

    • CarroAluguel 24/10/2022 at 2:28 pm - Responder

      Boa tarde, Lídia! Sem dúvidas passeios inesquecíveis. Se precisar de ajuda com veículo para o próximo do ano que vem, seria um prazer para a CarroAluguel te acompanhar nessa próxima jornada! Abraços!

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